Vento Contra

* Beto Colombo

Queridos leitores, paz! Hoje vamos refletir sobre uma situação corriqueira em nossos dias, mas, de certa forma, para muita gente, ainda difícil de administrar. Falo das críticas, das ponderações, dos comentários, enfim, metaforizando, falo do “vento contra”.

Para o professor John Neal, “uma certa medida de oposição pode ser benéfica. Afinal, pipas sobem contra e não a favor do vento.” O que ele provavelmente queria dizer com esta frase é o que o Tao já nos traz, que é o positivo e o negativo, o Ing e Yang, ou seja, muitas vezes, a resposta está na pergunta e a contradição é uma forma de união.

Esta frase nos remete aos trevos da BR-101, onde, ao sairmos de uma cidade e irmos para o sul, temos que fazer o contorno, nos dirigirmos momentaneamente para a direção Norte e só depois nos posicionarmos para o sul. Avançar, às vezes, é regredir. E isso a história nos traz com detalhes, como o exército napoleônico que, ao entrar na Rússia gélida, não encontrava resistência. Com isso, foi país adentro e, quando percebeu, seu exército estava morrendo congelado.

Trago agora o rabino gaúcho Nilton Bonder. Ele também tem uma frase bem interessante que pincei de um de seus muitos livros. Diz ele que “todas as áreas onde queremos crescer e progredir devem possuir algum vento contra”. Este vento contra, provavelmente devem ser o “cri-cris”, os chatos, os legalistas, enfim, aquela pessoa que muitas vezes age em dessintonia dos demais.

Nilton Bonder explica seu posicionamento explicando que “quantas empresas e organizações mantém a peso de ouro pessoas que sabem se contrapor à unanimidade?”. Afirmando isso, ele sugere que estas pessoas são muito importantes nas relações humanas, principalmente nas organizações. Vai que esta voz em dessintonia é a única que está certa?

Lúcido, o intelectual ainda pondera que “precisamos criar uma cultura em que fomentemos e dependamos de oposições”. Claro que para tanto, também é necessário um tipo de ser humano mais desenvolvido, mais esclarecido, trabalhadores que não levam o debate para questões pessoais e sim profissionais. Ou seja, que sejam adultos, não bebezões.

Nilton Bonder sugere que “sempre que alguém discordar de você, ao invés de se sentir confrontado, perceba a incrível oportunidade de ouvir uma voz discordante. E finaliza: “Quantas pipas não estariam hoje voando se tivessem um pouco de vento contra?”

É assim como o rabino Nilton Bonder vê alguns confrontos nas organizações. E você, o que pensa sobre isso?

* Empresário, Especialista em Filosofia Clínica, Diretor Presidente da Anjo
www.betocolombo.com.br

Filipe Colombo

Sobre Filipe Colombo

Formado em Administração com ênfase em Marketing, É conselheiro profissional formado pelo IBGC e possui MBA em administração de empresas cursado nos EUA, China e nos Emirados Árabes. Acumula mais de 20 anos de experiência em gestão de empresas e é autor do best seller “Gestão Profissional na Prática”. Neste livro, são compartilhados ensinamentos, visões e conselhos que são frutos de sua experiência acadêmica e profissional.
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