Blog da Anjo

* Mhanoel Mendes

Circula na internet uma história que, a despeito de ser verdade ou não, me chamou atenção, e repasso ao meu atento leitor. O faço pela singeleza do seu conteúdo e da oportunidade da sua mensagem.

Conta a missiva que quando Gandhi estudava Direito na Universidade de Londres tinha um professor chamado Peters. Era corrente entre os alunos que o tal professor não gostava de Gandhi, e este também não baixava a cabeça. Um dia, o professor estava comendo no refeitório e sentaram-se juntos, um ao lado do outro. Quando se iniciou o diálogo:

– Sr. Gandhi, você sabe que um porco e um pássaro não comem juntos? – falou ironicamente o “mestre”.

Ao que teve pronta resposta:

– “Ok, Professor, Já estou voando!” – E foi para outra mesa.

Aborrecido, o professor Peters resolve vingar-se na prova que ocorreria na semana seguinte, mas Gandhi responde, brilhantemente, todas as perguntas.

Diante disso, o professor toma uma atitude inusitada, fazendo a seguinte pergunta:

– “Sr. Gandhi,  indo o Sr. por uma rua e encontrando uma bolsa, abre-a e encontra a Sabedoria e um pacote com muito dinheiro. Com qual deles ficava?” – pergunta o dito mestre.

Ao que Gandhi respondeu:

– “Claro que com o dinheiro, Professor.”

– “Ah, pois eu, no seu lugar Gandhi, ficaria com a sabedoria” – disse o professor.

De chofre, Gandhi lhe comentou:

-“ Tem razão professor, cada um ficaria com o que não tem!”

Já ensandecido, o professor Peters escreveu na prova “Idiota” e lhe entregou. Gandhi recebeu o documento, leu e voltou dizendo:

-“ Professor, o senhor assinou a prova, mas não deu a nota!”

Talvez esta história (ou seria estória?) tenha como pano de fundo que o outro não me irrita, eu é que posso me irritar com o outro. Mais: que o outro não tem o poder de me tirar do sério se eu estiver concentrado e em plena harmonia.

E que, apesar do outro, devemos sempre semear a Paz, o Amor e a compaixão. Mas tratemos com firmeza quem nos trata com desprezo. Ser gentil não é ser capacho, nem saco de pancadas. E que a compaixão irada às vezes é um bom remédio.

* Jornalista, agricultor, psicólogo, jardineiro, escritor e peregrino – www.oikos.org.br

* Mhanoel Mendes

E se… o nosso cotidiano fosse pelo menos parecido com o Caminho de Santiago?
E se… não houvesse nem empates e nem derrotas?
E se… todos os animais realmente tenham alma, não só o ser humano?
E se… todo alimento produzido chegasse à mesa das famílias, será que haveria fome?
E se…não houvesse fim de ano?
E se…ao invés de ano, tivéssemos ciclos?
E se…estes ciclos fossem fechados a cada 13 luas, não 12 meses?
E se…o natal fosse festejado todo dia?
E se…algumas pessoas não fizessem as sobrancelhas e nem as cutículas?
E se… o transporte coletivo fosse realmente eficaz e bem mais barato?
E se…o padrão “fofinha” voltar a ser a beleza oficial?
E se…só a existência acaba?
E se…a vida não acabar?
E se…falássemos menos?
E se…realmente nós, seres humanos, tivermos uma mente original escondida atrás desta alienada em que vivemos?
E se… não existisse dinheiro?
E se…a “moeda” fosse o mérito?
E se…o universo só ajudasse quem ama a vida?
E se…os profissionais da saúde ganhassem pelo número de “não doentes” onde o foco fosse a prevenção?
E se…as coisas fossem mais simples?
E se…a religião fosse o amor?
E se…não tivéssemos memórias passadas e nem futuras, só presente?
E se…os estudantes não fizessem prova pra passar?
E se…para passar de disciplina, ao invés de provas, os estudantes fossem éticos com eles mesmos e cada um diria quando estivesse preparado para passar?
E se… o velocímetro dos carros fossem até a velocidade permitida?
E se…a educação fosse para melhorar o mundo, não para passar no vestibular?
Depois de tantos “E se…”, cabe ainda um derradeiro:
E se, ao invés de ser somente sonhos meus, estes pontos fossem também seus?

* Jornalista, agricultor, psicólogo, jardineiro, escritor e peregrino.