Hortoterapia

* Mhanoel Mendes

Como pelos menos 80% da população mundial vive nas grandes cidades ou nos bolsões que se formaram ao redor delas, é possível se afirmar que a boa parte dessas pessoas tem uma qualidade de vida sofrível. Transporte, saúde, segurança e trabalho são alguns dos itens que, geralmente, as conduzem ao que está virando uma epidemia, que também assina pelo nome de estresse.

Vivendo assim estressados, estamos perdendo o contato com o simples, com a natureza, conosco mesmos. Perdidos, nos tornamos presas fáceis para as doenças.

Brinca-se que algumas crianças já acreditam que o leite vem da caixinha, que galinha chama-se “knorr” e que abacaxi dá em árvore, como jaca. Questionadas, algumas delas não sabem diferenciar uma cenoura de uma beterraba e ao serem desafiadas a plantar uma muda de alface não sabem o que é raiz. É o fim e o início dos tempos.

Como crise é oportunidade, chegou o momento de avançarmos sim, mas nem por isso nos esquecermos do básico. Plantar árvores, cuidar de um jardim e cultivar verduras mostra-se como uma alternativa, além de econômica, saudável em todos os sentidos, pois a família saboreia alimento fresco e sem veneno e o seu cuidador ganha condicionamento físico e autoestima. Falo da hortoterapia.

Este termo nunca ouvi antes, nem sei se existe, pois acabei de cunhar. Trata-se de uma oportunidade das pessoas colocarem os pés e as mãos na terra para fazerem o “aterramento”. De se entreter por momentos durante o dia ou a semana com canteiros plantando, molhando, podando. Em vários países é hábito das famílias alugarem um terreno mais afastado para trabalharem conjuntamente nessa atividade.

Contudo, como você mora em apartamento e realmente não é possível um pedaço de terra para carpir, ainda há opção do canteiro vertical, do canteiro em vasos. Conheço muitas pessoas que praticamente não compram nem a cebolinha nem a salsinha, cultivam ambas em apartamento. Tenho um amigo que, inclusive, além de tudo isso, ainda tem a sua própria composteira.

Como psicólogo, tenho me observado e observado que quem cuida de canteiros, sejam eles horizontais ou verticais, quem tira um tempo na semana para semear, plantar, molhar, limpar, tem uma qualidade de vida melhor.

Pra colher, como sabemos, temos que plantar. E, de preferência, com a raiz pra baixo.

* Psicólogo e escritor – www.oikos.org.br

Filipe Colombo

Sobre Filipe Colombo

Formado em Administração com ênfase em Marketing, É conselheiro profissional formado pelo IBGC e possui MBA em administração de empresas cursado nos EUA, China e nos Emirados Árabes. Acumula mais de 20 anos de experiência em gestão de empresas e é autor do best seller “Gestão Profissional na Prática”. Neste livro, são compartilhados ensinamentos, visões e conselhos que são frutos de sua experiência acadêmica e profissional.
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