* Mhanoel Mendes
No livro “O caminho do Mago – vinte lições espirituais para você criar a vida que deseja”, Deepak Chopra escreve que Deus fala ao mago por sinais. Talvez, sinais, são todos os acontecimentos que nos acontecem a cada dia, a cada momento a cada instante.
Por exemplo: na medicina é corrente e farta a bibliografia de que praticamente nenhuma pessoa morre de súbito, repentinamente. É comum o corpo enviar sinais, vários avisos. Mas, absortos, não os ouvimos e de repente sucumbimos. “Morreu subitamente”.
Estou cada vez mais convencido dessa realidade. Assim como não morremos repentinamente, sempre há um sinal, também o planeta não vai entrar em colapso repentinamente. A natureza vai enviar muitos sinais até que isso aconteça. E você, como eu, como grande parte da humanidade, tem que percebido isso.
Refiro-me as enchentes, ao calor em demasia e ao frio cada vez maior, ao degelo. Mas esta semana, em minha cidade, tivemos mais um sinal com a greve dos motoristas de ônibus. Criciúma estava abarrotada de automóveis e simplesmente ficou muito difícil dirigir no centro e nos arredores da cidade.
Foram vários dias de estado de greve e, pelo menos, cinco dias de greve. Uma dita semana útil, de segunda a sexta, sem transporte coletivo. Se para Criciúma, com seus 200 mil habitantes já foi um caos, imagina para outros centros maiores como Porto Alegre, Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Recife?
São trabalhadores que deixam de ir para o serviço, o comércio que diminui seu movimento, a cidade quase para. Isso sem contar que com o aumento de carros nas ruas, também aumenta a incidência de gás carbônico no ar e o clima, que já é pesado devido aos resquícios da exploração do carvão, fica comprometedor. Sobre o estacionamento desses, um desafio para as cidades, me contenho e não vou comentar neste artigo; merece um em especial.
É hora de acordarmos como humanidade e perceber que necessitamos de transporte coletivo urbano eficaz sob pena de inviabilizar a vida nos grandes centros. Os sinais estão aí para todos verem, sentirem, se mobilizarem e agirem. Os cinco dias de um verdadeiro inferno no trânsito de Criciúma com a paralisação dos motoristas de ônibus é mais um sinal de advertência: ou fazemos algo urgente de forma coletiva ou, em breve, não haverá mais espaço para tanto carro.
Os sinais estão aí.
* Jornalista, agricultor, psicólogo, jardineiro, escritor amador e peregrino.
www.oikos.org.br
Acumula mais de 20 anos de experiência em gestão de empresas e é autor do best seller “Gestão Profissional na Prática”. Neste livro, são compartilhados ensinamentos, visões e conselhos que são frutos de sua experiência acadêmica e profissional.
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