Retirar o que Não é Necessário

* Mhanoel Mendes

Na semana passada tive uma experiência incrível que, agora, quero compartilhar com você. Ainda estou muito mexido com o acontecimento e, com a energia dele, escrevo este artigo.

E antes de passar ao ocorrido propriamente dito, trago uma frase do mestre Miguel Ângelo, ou Michelangelo, pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente, que tem tudo a ver com o que quero compartilhar agora. Disse ele ao ser indagado como esculpia uma escultura: “Simplesmente retiro do bloco de mármore tudo que não é necessário”.

E foi justamente algo muito similar que me ocorreu no Oikos, espaço terapêutico e ecossustentável onde moro em Criciúma (SC),  quando decidi fazer algumas modificações no campo de grama que acolheria um labirinto em forma de coração, carinhosamente batizado de “Larbirinto” pelo amigo e poeta João Marino. Depois de feito os primeiros traços, comecei a aumentar os corredores de dentro para fora. Nossa, está ficando magnífico, só com marcações de estacas de bambu, imagina com flores.

Mas faltava algo. Refleti e concluí que faltavam lugares para as pessoas descansarem. Precisava de bancos.

Olhei para os lados e vi um barranco de barro tirado para afundar o açude que descansava ali tinha 12 anos, desde quando começamos a “cuidar”  do espaço. Tinha em torno de um metro de altura. Olhei fixamente para o barrando, parei alguns instantes para ligar com a minha necessidade e “Eureca!” Sim, assim como Michelangelo, eu posso retirar o barro que está sobrando e criar os bancos que vão ser bem úteis para o conforto das pessoas que usarem o espaço.

Assim fiz junto com o nosso diarista, senhor Alceu. Primeiro fizemos um banco com encosto reto, o que ficou um pouco desconfortável. No segundo banco, do mesmo tamanho do primeiro, já fizemos o encontro com uma pequena inclinação, ficando mais ergonômico. No terceiro, mantivemos o padrão dos dois anteriores e  fizemos mais dois bancos menores, um em cada lado, e uma mesa com o pé da própria argila que estava “sobrando”.

Impactado, sento na minha obra, olho de longe, a admiro e vibro quando vejo pessoas curtindo o local. Não tem como não pensar: o que mais está aqui dentro de mim só aguardando eu acabar com os excessos, esperando o retirar o que não é necessário?

* Escritor e psicólogo – www.oikos.org.br

Filipe Colombo

Sobre Filipe Colombo

Formado em Administração com ênfase em Marketing, É conselheiro profissional formado pelo IBGC e possui MBA em administração de empresas cursado nos EUA, China e nos Emirados Árabes. Acumula mais de 20 anos de experiência em gestão de empresas e é autor do best seller “Gestão Profissional na Prática”. Neste livro, são compartilhados ensinamentos, visões e conselhos que são frutos de sua experiência acadêmica e profissional.
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Uma resposta para Retirar o que Não é Necessário

  1. Cleiton' disse:

    Muito boa a ideia, o banco ficou realmente bonito e único nesse morrinho, e em breve vem uma sombrinha alí em cima em rsrsrs.
    Em breve, quem sabe, possa conferir de perto.
    Eu li uma frase aqui mesmo, na internet, me marcou bastante “a criatividade surge na necessidade”.
    Abraço

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