Querido leitor, nosso tema hoje é sobre chaves. Tenho lido e pesquisado sobre o Talmud, o livro sagrado dos judeus, constantemente usado pelos rabinos. E é nele que li o diálogo entre dois judeus, Hanina e Yohanan, onde aquele doente é visitado por este que, segurando a sua mão, diz para melhorar, ao que Hanina levanta e sai caminhando. Dias depois é Hanina que visita Yohanan doente e faz o mesmo procedimento e o enfermo melhora. Questão: Yohanan não podia se levantar sozinho? Resposta: O prisioneiro não poderia libertar-se sozinho de sua prisão.
A prisão pode ser a ideia fixa e prolongada por algo, a raiva da separação que perdura por anos e não passa, a depressão após ser demitido do emprego, enfim, são situações reais, sérias para o indivíduo, mas que não tem um fim. Entra na prisão e dela não sai. Para isso, é necessário uma chave.
A chave, é verdade, em boa parte das vezes, pode ser acessada por intermédio de uma ponte feita por outra pessoa, recomenda-se um profissional: um filósofo clínico, um psicólogo. Como falei, o terapeuta é uma ponte, um mediador, um guru que ajuda ao outro retirar as vendas da prisão, mas quem verdadeiramente tem esse poder é a própria pessoa presa. Geralmente é assim. Continue lendo