O Sábio e o Louco

* Mhanoel Mendes

Já não é de hoje que ouvimos muitos mestres comentarem sobre a importância do silêncio, da meditação, da reflexão e da contemplação. Enfim, a importância do silenciar, do se voltar pra dentro num bonito e saudável embotamento.

Contudo, está cada vez mais difícil esse silêncio: entra no carro o som está ligado, chega em casa a televisão assiste a família, entra no quarto e aqui são a tv, o som e o computador que estão ligados. Palavras, palavras, palavras…

É justamente sobre isso, silêncio e palavras, que vou refletir em meu artigo de hoje. E o faço trazendo uma metáfora, a metáfora do sábio e do louco, que inicia com uma pergunta: Você sabe qual a diferença entre o sábio e o louco, ambos estão em cima da árvore, nus, falando às pessoas? Sim, vamos lá, me diga qual a diferença entre o sábio e o louco, ambos estão em cima da árvore, nus, falando às pessoas?

Bem, antes de tudo e de mais nada, seria prudente, para não dar margens a interpretações equivocadas, conceituar o que é um e o que é outro, pra mim.

Sábio é aquele que saboreia sua existência, e saborear não é somente degustar os alimentos, mas saborear um encontro, um filme, uma conversa, um pôr ou nascer do sol. Enfim, sábio silencia, é paciente. De certa forma, somos sábios em algumas questões, cada um do seu jeito, cada um com seu saber pessoal.

Mas a questão é: qual a diferença entre o sábio e o louco, ambos estão em cima da árvore, nus, falando às pessoas?

Exposto, mesmo que resumidamente o que, a meu ver é sábio, vamos ao louco. Talvez louco seja um conceito mais do que se auto intitulam sãos do que propriamente dos tidos como loucos. Há loucos e loucos. Há loucos porque são desajustados, porque não se enquadram ao padrão e a expectativa do outro. Portanto, todos temos um pouco de santos e de loucos, cada um do seu jeito, cada um com o seu sabor pessoal.

Sãos e loucos, provavelmente todos temos um pouco.

Vamos lá, voltemos então à pergunta inicial deste artigo de hoje: qual a diferença entre o sábio e o louco, ambos estão em cima da árvore, nus, falando às pessoas?

Sempre que faço esta pergunta nas minhas palestras, são inúmeras as respostas. “O sábio sabe o que fala e o louco não”, comentam alguns. Já outros falam que “o sábio tem lógica nas palavras e o louco não”. Há aqueles que defendem que “o sábio atrai a atenção e o louco ninguém dá bola”.

Enfim, qual a sua resposta: qual a diferença entre o sábio e o louco, ambos estão em cima da árvore, nus, falando às pessoas?

A diferença, do sábio e do louco, ambos estão nus em cima da árvore é que o sábio sabe para quem fala.

* Psicólogo e escritor
www.oikos.org.br

Filipe Colombo

Sobre Filipe Colombo

Formado em Administração com ênfase em Marketing, É conselheiro profissional formado pelo IBGC e possui MBA em administração de empresas cursado nos EUA, China e nos Emirados Árabes. Acumula mais de 20 anos de experiência em gestão de empresas e é autor do best seller “Gestão Profissional na Prática”. Neste livro, são compartilhados ensinamentos, visões e conselhos que são frutos de sua experiência acadêmica e profissional.
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4 respostas para O Sábio e o Louco

  1. Alberto Luis da Costa disse:

    Nunca existiu uma grande inteligência,sem uma veia de loucura.

  2. Cristianne de Sá disse:

    O silêncio me diz que é possível acolher o sábio e também o louco que há em mim.

  3. Querido Ederson Couto, paz! Seu comentário ao artigo é profundo, sua sinceridade espontânea me soa como libertadora. Que tu consigas tudo o que desejas nesta existência, desde que isso realmente seja bom pra ti. Com admiração, Mhanoel

  4. Ser sábio e ser louco. Para mim, são duas margens beirando um canal estreito, nas vidas de quase todas as pessoas que conheci até hoje aos 35 anos. Em geral, as pessoas dão conselhos e orientações aos outros, como sábios e nem se percebem que estes conselhos se referem ao que gostaria de fazer, mas sentem dificuldade e incerteza para seguir o caminho que mostram aos demais. Eu mesmo às vezes penso que sou uma fraude, pois enxergo ótimos caminhos a frente que são longos e instigo aos outros a percorrerem estes, mesmo sem ter percorrido antes para ter certeza de que o caminho que indico é bom, apenas intuo, ou sonho, ou desejo que seja. Me pergunto e se “EU” percorrer meu caminho em silêncio sem ir anunciando minhas descobertas aos outros feito Sábio que silencia quando questionado sobre o que é a verdade? Me indago novamente por que “Eu” ao ficar sabedor de coisas certas e incertas do caminho não deveria indagar aos outros sobre seus caminhos e suas descobertas? Como quem incentiva a viver mais plenamente, será que não estou agindo feito Louco que quer saborear “SÓ” meu Saber Egoicamente?
    Sempre foi Difícil Ser sábio e Ser Louco, por hora “Penso” Vou caminhar mais um pouco, seguir a dica de me oportunizar mais um Silenciar, pra tentar ouvir o que “ME GRITA, as vezes feito Louco Impulsivamente empolgado, as vezes sutilmente Feito Sábio o Meu próprio SELF.

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