Ceticismo Eleitoral

* Beto Colombo

Querido leitor e querida leitora, paz! Hoje vamos refletir sobre o ceticismo, ou céticos. E inicio lembrando que qualquer foca no jornalismo sabe que o correto e ético em qualquer matéria é sempre ouvir os envolvidos, independentemente de quantos sejam. Por isso, trago para nossa reflexão de hoje o filósofo Pirro, que viveu de 365 – 270 antes de Cristo.

Pirro foi a primeira pessoa que se tem notícias a fazer do ceticismo o foco de seu pensamento, adotando como uma filosofia. Filosofia esta que consiste numa recusa ativa em acreditar em qualquer coisa. Nesse sentido, ele lançou uma escola de filósofos que ficaram conhecidos como os céticos, que com seu ceticismo sistemático, filosófico e abrangente é reconhecido até hoje como pirronismo.

Então tentemos entender um pouco melhor esse ceticismo de Pirro. Para quase tudo que um povo acredita, em outro lugar há outras pessoas que acreditam exatamente no oposto. Quando deparados com alguma coisa, algum fato, segundo Pirro, nunca devemos assumir a verdade de uma explicação em detrimento de qualquer outra.

Pirro foi um integrante ativo do exército de Alexandre o Grande que, depois de visitar mundos diversos em que crenças e costumes diferentes desafiavam o mundo grego, ele se embebedou dessa filosofia de vida. Vivenciou costumes que se confrontavam, como por exemplo, de se alimentar de carne de vacas da Grécia era banquete, já na Índia era sacrilégio.

Pirro teve um discípulo como sucessor, Tímon de Flio. Após a morte deste, foi sucedido por Arcesilau que assumiu a liderança na academia de Platão, ficando nas mãos dos céticos por duzentos anos. Arcesilau tinha dois métodos de ensino: o primeiro era expor argumentos igualmente poderosos para os dois lados de uma questão e o segundo era refutar qualquer caso proposto por um de seus alunos.

Assim, o ceticismo desempenhou um papel importante na história da filosofia daquela época e também nos dias atuais. Para os céticos, a certeza simplesmente não está disponível no nível do argumento, nenhuma certeza é definitiva.

Já o escocês David Hume atenua o ceticismo quando diz que no cotidiano de nossas vidas temos que tomar perpetuamente opções e decisões, nos forçando a formar julgamentos sobre o modo como as coisas são, queiramos ou não. Como a certeza não está ao nosso dispor, temos que fazer as melhores avaliações possíveis da realidade que enfrentamos e isso não é possível se considerarmos todas as alternativas com igual ceticismo.

Querido leitor e querida leitora, vale lembrar que nessa época de decisões eleitorais, algumas pessoas ouvem um candidato e agendam suas propostas como a única verdade sem antes ouvir outros candidatos. Não se  trata de sermos céticos, pelo contrário, se trata de sermos éticos conosco mesmos.

O momento é ímpar, de decisão muito importante para nossas cidades. Quem sabe, nesse momento aprendamos com os céticos em não acreditar em qualquer proposta que nos apareça e aproveitar o momento para ouvir todos os lados?

É assim como o mundo me parece hoje. E você, pratica o ceticismo eleitoral?

* Empresário, Especialista em Filosofia Clínica, Diretor Presidente da Anjo

Filipe Colombo

Sobre Filipe Colombo

Formado em Administração com ênfase em Marketing, É conselheiro profissional formado pelo IBGC e possui MBA em administração de empresas cursado nos EUA, China e nos Emirados Árabes. Acumula mais de 20 anos de experiência em gestão de empresas e é autor do best seller “Gestão Profissional na Prática”. Neste livro, são compartilhados ensinamentos, visões e conselhos que são frutos de sua experiência acadêmica e profissional.
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