Uma casa ou um estabelecimento para dar acessibilidade a cadeirantes precisa bem mais que rampas ou elevadores. O mobiliário é determinante!
Balcões altos, que podem ser muito práticos e rápidos para quem chega de pé, não servem para pessoas cadeirantes que não vão ser nem vistas pelo atendente do outro lado. Uma mesa com espaço para os pés das cadeiras dá conforto para todos.
Na cozinha, todos os armários devem ter espaço livre, embaixo, de 35 cm, o que também é ótimo para limpeza e para pessoas idosas que não podem se curvar muito.
No roupeiro, na cômoda, no escritório temos que ter a mesma condição. Que tem como bônus um visual mais leve e arejado. Portas de correr deslizantes são bem-vindas, pois diminuem a movimentação ao abrir e fechar portas.
No caso de portas entre ambientes, a melhor solução é o sistema vai-vem. No banheiro, bancadas mais baixas que as normais e espelhos ligeiramente inclinados para melhorar o ângulo de visão.
Na banheira, nada de degraus. A transição da cadeira é mais fácil se a borda estiver no mesmo nível do assento do cadeirante. Da mesma forma, a cama deve ter a mesma altura deste assento.
Por outro lado, a generosidade dos espaços conta muito. Não é à toa que no filme Carne Trêmula, de Almodóvar, o cadeirante morava em um loft!
Portas de banheiro com 80cm, de dormitórios com 90cm e sempre corredores e circulações com 1,50m de largura.
Parece difícil, mas com a tendência de ambientes integrados é cada vez mais fácil conseguir um bom layout para pessoas com dificuldade de locomoção!
* Arquiteta
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