Cativar

* Beto Colombo

Querido leitor, querida leitora. O Pequeno Príncipe, escrito por Exupéry, encontrou-se com um bichinho em um distante mundo, bichinho esse que ele nunca havia visto antes, uma raposa. Esta lhe disse:

– Você quer me cativar?

– O que é isso? – Perguntou o menino.

– Cativar é assim, disse a raposa: – Eu me assento aqui, você se assenta lá, bem longe. Amanhã a gente se assenta mais perto e assim aos poucos, cada vez mais perto…

O tempo passou, o Principezinho cativou a raposa e chegou a hora de partir.

– Eu vou chorar, comentou a raposa.

– Não é minha culpa, respondeu a criança. – Eu lhe disse, eu não queria cativá-lo. Não valeu a pena, você percebe? Agora você vai chorar!

– Valeu a pena sim, respondeu a raposa. – Quer saber por quê? Sou uma raposa, não como trigo, só como galinha. O trigo não significa absolutamente nada para mim, mas você me cativou. Seu cabelo é louro e agora, na sua ausência, quando o vento fizer balançar o campo de trigo eu ficarei feliz pensando em você.  Que texto, que diálogo!

Para aquelas pessoas que não estão satisfeitas com o rumo que levou sua vida, reclamam que ficou monótona, que virou rotina, ouçam o que o livro O Pequeno Príncipe, de onde foi extraído o dialogo acima, diz a respeito, quando a raposa se queixa da sua vida. “Eu caço galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também e por isso fico aborrecida, mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol”.

Quando o Príncipe disse que não tinha mais tempo para cativar-lhe, a raposa diz:

– Os homens não têm mais tempo para conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas, como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos.

– Tu queres ser meu amigo? Cativa-me!

– Que é preciso fazer? Questionou a criança.

– É preciso ser paciente. Respondeu a raposa.

Algumas pessoas estão esquecendo o encantamento do cativar. Algumas pessoas estão se fechando em seus quartos, em seus mundos com suas televisões, seus telefones celulares, internet e computadores e perdendo o sabor do encontro, do bate-papo, do cafezinho com colegas, da troca de experiência, de informações que gera conhecimento, do olho no olho e deixam de sentir a magia do cativar.

Isso é assim para mim hoje.

* Empresário, Especialista em Filosofia Clínica, Diretor Presidente da Anjowww.betocolombo.com.br

Filipe Colombo

Sobre Filipe Colombo

Formado em Administração com ênfase em Marketing, É conselheiro profissional formado pelo IBGC e possui MBA em administração de empresas cursado nos EUA, China e nos Emirados Árabes. Acumula mais de 20 anos de experiência em gestão de empresas e é autor do best seller “Gestão Profissional na Prática”. Neste livro, são compartilhados ensinamentos, visões e conselhos que são frutos de sua experiência acadêmica e profissional.
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