Um dos grandes segredos de uma pessoa bem quista são os seus relacionamentos. Há quem diga que este não é um dos, ele é o mais importante, afinal de contas, uma pessoa assim é sempre uma boa companhia, um papo agradável e desejada em muitas rodas.
Os mais interesseiros já olham só do ponto de vista de rede, web mesmo. Web é mais chic e tem gente que gosta. Quanto mais pessoas conhecer e conviver, melhor, pois um dia a gente pode precisar, mesmo que esta pessoa não tenha tanta “importância” assim. Atente o leitor que importância está entre aspas e que se refere do ponto de vista do tal interesseiro citado hipoteticamente acima.
Ao se estudar estas relações “interesseiras”, na grande maioria das vezes, o que se percebe é um mundo vazio, onde ali, no meio daqueles seres humanos, não existe ou pouco se vive sinceridade, entrega, confiança. Existe sim um jogo no relacionamento que permeia o mundo dos negócios, se entrelaça nas amizades e pode chegar aos relacionamentos afetivos como namoro e até casamento.
Quando se está no “jogo”, pode-se dizer que na maioria do tempo, ou praticamente o tempo todo, entramos num script que nós mesmos aceitamos e passamos a reproduzir formas de ser, de pensar e de agir, mesmo não concordando com nada disso. No travesseiro – ah o travesseiro – só aqui, é quem somos verdadeiramente.
Parece que estamos deteriorando nossas relações a cada tempo, sejam elas pessoais ou profissionais, e estamos perdendo o contato com a nossa essência, que é a ESPONTANEIDADE. Às vezes tenho a impressão de que quase tudo em nossas vidas está sendo gelidamente pensado, matematicamente planejado, não dando espaço para o acaso, para o sincero, para o espontâneo.
Espontaneidade é falar o que se pensa com o devido respeito, é vestir o que se gosta observando os ambientes, é ser quem se sonha sem olhar o sonho do outro, é fazer o que se deseja sem avaliar o que vão pensar de mim… É ser o que se é. O espontâneo é leve, solto, livre, alegre, como uma criança brincando numa praça numa primavera ensolarada.
Sem espontaneidade parece-me, por ora, ser muito difícil se viver plenamente, afinal de contas, não há encontro verdadeiro se não for espontâneo. Com a espontaneidade eu me posiciono frente ao outro e aceito que o outro faça o mesmo em relação a mim. E entre nós dois não há julgamento, pré-conceito ou coisa que o valha. Só há presença, aceitação, amor. Eu sou! O outro é. Aí temos as condições para sermos, enfim, uma soma de “Eus” (D’Eus), ou simplesmente NÓS!
Ao não ser espontâneo, meço as palavras friamente só com o fato de não perder alguém como amigo, amante ou até mesmo de permanecer num emprego. Ao cortar este contato com minha essência pura, entro numa seara fria e sólida que, aos poucos, pode me transformar em gelo.
Até mesmo este artigo, quando comecei a escrever, pensei que poderia ser mal interpretado. Que algumas pessoas poderiam se ofender. Mas aí me veio a ideia de que não há encontro se não for espontâneo. E da minha parte, quero continuar quinzenalmente aqui no blog da Anjo escrevendo de forma leve, livre e espontânea e, assim, correr o risco de um encontro. Afinal de contas, pra mim, viver também é correr riscos e não há risco sem espontaneidade, há?
* Pai, jardineiro, psicólogo, esposo, filho, consultor, palestrante, agricultor, escritor. www.oikos.org.br
- 5 Passos de Como Preparar Tinta Automotiva: Guia Completo! - 14 de outubro de 2024
- Cores para Escritório: Tons que Influenciam a Produtividade! - 11 de outubro de 2024
- Tipos de Pintura de Parede Externa: Guia Completo! - 10 de outubro de 2024
Fantástico o texto!! Diria que ao sermos espontâneos, corremos sim o risco de sermos mal interpretados… falo isso de experiência própria. A espontâneadade está diretamente ligada ao respeito a individualidade de cada um, só que, num mundo tão superficial, esse respeito não existe e quem o tem acaba, por vezes, sendo mal interpretado.
Parabéns pelo texto.