* Mhanoel Mendes
Você conhece o Valtinho? Provavelmente não; é sobre ele o meu artigo de hoje. Valtinho é filho do seu Valter e trabalha na oficina que era do pai dele no centro de Criciúma. O negócio do Valtinho é bem movimentado e, para ser atendido, o cliente tem que marcar hora como no INSS.
Ele tem entre 35 e 40 anos, baixinho, andar de Charlie Chaplin, e cavanhaque. Olhos e cabelos pretos. Lembro que quem me apresentou o mecânico Valtinho, lá pelos idos de 1990, foi o meu cunhado Jair Luiz da Silva. Desde então, o Valtinho é o meu mecânico.
Ele já tentou contratar aprendizes, mas, invariavelmente, eles o deixam na mão, por isso o mecânico trabalha sozinho. Seu pai, o seu Valter, com resquícios de um AVC e aposentado, está sempre rodeando e dando o suporte. Mas, hoje, quem se engraxa é o Valter filho, no caso, o Valtinho.
Conheço alguns profissionais mecânicos “BBB”, ou seja, Bom, Barato e Bacana, mas nenhum melhor que o Valtinho. Ele é incrível, um profissional sério. Não inventa peça, não extrapola no orçamento; nele você pode confiar de olho fechado.
Mas o relato que quero fazer sobre o Valtinho, não é uma propaganda do seu trabalho. Daqui a pouco vai ter tanta gente na sua mecânica que corro o risco de perder o meu BBB.
Quero falar da relação que tenho com ele e da confiança que ele tem em mim. Na semana passada, exatamente na quinta-feira antes das quatro da tarde, tive um problema com meu carro. Ultimamente, esse é o dia mais atarefado da semana pra mim e pra minha companheira, pois temos atividades nos três períodos e necessitamos de dois carros.
Liguei no celular do Valtinho e ele prontamente me atendeu. Ouviu minha queixa e disse que estaria no local em meia hora, chegou em 20 minutos. Encaminhou a solução do problema para a manhã do dia seguinte, enquanto me instruiu até chegar em casa. Pra minha surpresa, ele acabou solucionando o problema antes do anoitecer daquele dia.
Faço esse relato pra você, querido leitor, querida leitora, porque o Valtinho mostrou-se melhor e mais eficaz que as empresas seguradoras que boa parte da minha existência contratava; hoje meu seguro é o Valtinho.
Mas o mais interessante ocorreu às 19 horas quando fui apanhar minha filha Gabriela na escola. Relatei pra ela o ocorrido e, de chofre, ela comentou:
– “Ter crédito é bom, né pai?”
Ao que lhe respondi:
– Sim, Bibi. Crédito, às vezes, é melhor que dinheiro.
Você não conhece o Valtinho, deveria conhecer. Você precisa conhecer o Valtinho.
* Psicólogo e escritor
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