Queridos leitores que vocês estejam bem. Hoje gostaria de convidá-los a refletir sobre um sentimento, uma visão importante em nossas existências e em nossas relações, que é o real valor das coisas. Às vezes supervalorizamos algo, outras vezes subvalorizamos em demasia, ficando muitas vezes o verdadeiro valor à margem.
Mas deixemos de conversa e vamos a um exemplo que, talvez, você possa entender melhor o que estou me referindo. Conta a bibliografia histórica que um comerciante, amigo do poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua e, sabendo da sua amizade com as letras, pediu-lhe:
– Senhor Bilac, necessito vender meu sítio, aquele que o senhor conhece tão bem. É possível o senhor redigir um anúncio para o jornal?
Devido a amizade acalentada entre os dois, o autor da letra do hino à Bandeira do Brasil, sentou no primeiro banco de praça que encontrou, pegou um papel e rascunhou o tal anúncio.
“Vende-se encantadora propriedade onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalina e marejante água de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente oferece sombra tranquila das tardes na varanda”.
Na verdade, Olavo Bilac não escreveu um texto publicitário. Foi além: escreveu sim, um poema.
Poucos dias depois, os dois amigos se encontraram e, como era previsto, o poeta quer saber que fim deu seu anúncio, se seu amigo, enfim, tinha conseguido comercializar seu sítio. Ao que seu colega respondeu:
– Nem pensei mais nisso. Quando li seu anúncio percebi a maravilha que tinha e decidi não me desfazer dela.
Esta é uma passagem que nos faz refletir sobre o valor que estamos dando às nossas relações, ao nosso trabalho, enfim, a existência em nosso dia a dia. Provavelmente, em algumas situações, estamos como o comerciante que quer vender, se desfazer de algo que sequer temos consciência de seu real valor, não para os outro, mas para nós mesmos.
Em determinados momentos, temos amigos como Olavo Bilac que sem aconselhar, nos fazem ver o quanto estamos errando e, assim, corrigimos o erro muito antes de cometê-lo. Mas nem sempre é assim.
Não tenho tudo o que quero, é verdade, pois ainda desejo coisas que a vida pode me oferecer e me acho digno de tê-las. Mas procuro não ficar apegado ao que não tenho. A cada dia, a cada manhã, agradeço a bênção de curtir tudo o que tenho. Inspiro-me também no cantor brasiliense, Paulinho Coração, que gravou um mantra intitulado “Eu te agradeço”, que durante seis minutos e oito segundos canta exatos 135 “eu te agradeço”. Parece que antes de se agradecer, vem a valorização. É assim como o mundo me parece hoje. E você, tem valorizado as coisas que cuida?
* Empresário, Especialista em Filosofia Clínica, Presidente do Conselho da Anjo Tintas.
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