* Por Beto Colombo
Querido e atencioso leitor, aceite o meu fraternal e caloroso abraço. Já não é de hoje que ouvimos dizer que toda riqueza do mundo está dentro da gente. Que a maior e melhor busca é saber realmente quem nós somos e que o poder de um ser humano é medido pelo que ele sabe de si e se conhece. Ouvimos dizer e, para algumas pessoas, é assim mesmo.
Claro que são frases prontas e feitas e devem ser observadas desse jeito: frases prontas. E, como sabemos, frases prontas nem sempre são frases que se pode usar universalmente. Ou seja, ela é assim para quem a escreveu.
Quer um exemplo de frase pronta? “Diga-me com quem andas que te direi quem tu és”. Sobre esta frase, o que se diria ao mestre Jesus que também andava com ladrões, prostitutas e pessoas que viviam a margem da sociedade? Quando sentimos a brisa do mar, ela está fora ou dentro? O aroma da maçã verde faz parte do dentro ou do fora? Se está fora então como a reconheço?
E também esta frase de que a riqueza está dentro da gente, às vezes pode nos tirar o foco de vermos a beleza externa. Mas, no final, onde está o dentro? Onde está o fora? Será que tudo não faz parte de uma realidade única?
Ao refletir sobre este tema, “sentado na riqueza”, me vem à mente o início do livro “O poder do agora”, de Eckhart Tolle. Um livro interessante, mas dica de livro é com a Fabrícia de Pelegrini, na Dica do Café da Som Maior FM.
Já na introdução do livro “O Poder do Agora” o autor comenta que um mendigo passou um ano, cinco anos, dez anos, sempre no mesmo local e sentado sobre um caixote velho. Com cara de coitado, vitimizando-se, mostrando as mazelas que fazia questão de escavar na própria pele, fazendo feridas, estendia a mão pedindo coisas. Às vezes ganhava algum alimento, mas o que ele queria era dinheiro ou algo que pudesse transformar facilmente em dinheiro.
Foi quando, depois de quase duas décadas, alguém passa na frente do pedinte e dá uma dica: levante a tampa do seu caixote, abra e olhe no que você está sentado. Na verdade, queria dizer: olhe o que tem dentro.
O mendigo era mendigo, não idiota. Por isso, fez o que aquele senhor enigmático sugeriu. Abriu o caixote e qual não foi sua surpresa quando nestes anos todos, descansava ali, bem próximo a ele, um tesouro de pedras preciosas e ouro. Na verdade, o caixote era um tesouro.
É uma metáfora, é verdade. Mas é pertinente, pois quantas vezes estamos sentados sobre riquezas e sequer desconfiamos que elas podem estar dentro da gente ou estamos sentados sobre elas?
Exemplos também não nos faltam. Quando o Adelor Lessa e eu pegamos a rádio Som Maior, a desconfiança era de que tinham muitas rádios em Criciúma e, por isso, era deficitária. Não acreditamos, fizemos um planejamento e hoje a nossa rádio é referência na região. Mas o exemplo mais atual e esclarecedor vem do Criciúma Esporte Clube. Há pelo menos dois anos o Tigre carece de um profissional para ala direita, vieram e foram muitos atletas até de renome nacional sem uma solução convincente. Por último, o atleta que fora contratado para ser o titular teve seu contrato rescindido mesmo antes de jogar e a solução foi olhar para dentro do caixote, e lá estava um tesouro, um tesouro de nome Ezequiel.
É assim como o mundo me parece hoje. E você, está sentado em cima do quê?
* Empresário, Filósofo Clínico, Diretor Presidente da Anjo
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