Queridos leitores, paz. Hoje trago Pablo Neruda com o poema “Morre Lentamente”.
Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto, ou Pablo Neruda, era filho de José del Carmen Reyes Morales, um operário ferroviário, e de Rosa Basoalto Opazo, professora primária, falecida quando Neruda tinha apenas um mês de vida. Ainda adolescente, adotou o pseudônimo de Pablo Neruda, inspirado no escritor checo Jan Neruda.
Fala Neruda por intermédio de seu poema: “Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca. Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece. Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru”.
Segue o poeta chileno seu belo escrito: “Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos”.
“Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos”, prossegue o poeta.
Para Neruda, “morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo. Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar. Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante. Morre lentamente quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe”.
O poeta é poeta, alguém que coloca seus sentimentos na ponta do lápis, na ponta dos dedos. E Neruda é um deles, um desses destacados e especiais homens do sentimento. Assim finaliza seu poema Morre Lentamente: “Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade”.
Morre Lentamente…
Refletindo um pouco sobre morte e vida, concluo: o contrário de vida, talvez não seja morte, seja renascimento. Ao invés de morrermos lentamente, ainda nos é dada, pelo livre arbítrio, a chance de renascermos lentamente, a cada manhã, a cada dia, a cada encontro, a cada artigo.
É assim como o mundo me parece hoje. E você, morre ou renasce lentamente a cada dia?
* Empresário, Especialista em Filosofia Clínica, Presidente do Conselho da Anjo Tintas.
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