* Beto Colombo
Queridos leitores, paz! Hoje, nesse espaço, vamos trazer Soren Kierkegaard e suas ideias sobre a liberdade de escolha. Antes disso, dentro do contexto deste artigo, expomos que Soren Kierkegaard nasceu em 1813, em Copenhague, na era de ouro da cultura dinamarquesa. Seu pai era um rico comerciante melancólico e o filho, segundo estudiosos, herdou os traços do pai.
Vale lembrar que a filosofia de Soren desenvolveu-se em reação ao pensamento idealista alemão que dominou a Europa Continental em meados de século XIX. Contudo, seu confronto intelectual encontrava principalmente Hegel, já que definia a humanidade como parte de um desenvolvimento histórico inevitável, através da defesa de uma abordagem mais subjetiva.
Inquieto, Soren queria investigar, “o que significa ser um ser humano” como indivíduo autônomo. Como sabemos, antes de chegar a autonomia, todos passamos pela anomia quando bebê e criança, heteronomia como adolescentes e jovens, devendo alcançar a autonomia na adultice; embora nem todos os adultos sejam autônomos, mas isso é tema para outro artigo.
O filósofo dinamarquês Sorem acreditava que nossas vidas são determinadas por ações e que elas próprias são determinadas por escolhas, e o modo de fazer essas escolhas é crucial. Considerava, assim como Hegel, as decisões morais como uma escolha entre o hedonístico (que gratifica a si mesmo) e o ético.
Mas, enquanto Hegel dizia que a escolha é determinada em grande parte por condições históricas e pelo ambiente, Kierkegaard defendia que as escolhas morais são livres e subjetivas, mas longe de ser isso uma razão para a felicidade, pois a liberdade total de escolha nos provoca um sentimento de angústia ou apreensão.
Vamos a um exemplo. Exemplos, às vezes, são mais esclarecedores: um homem no alto de um penhasco sente dois medos, o de cair e o causado pelo impulso de lançar-se no vazio. Esse segundo medo, ou angústia, surge a partir da compreensão de que ele é livre para escolher se pula ou não, e esse medo é tão atordoante quanto sua vertigem.
Soren Kierkegaard diz que sentimos a mesma angústia em todas as nossas escolhas morais e que essa angústia aumenta nossa consciência e senso de responsabilidade. A peça de Shakespeare demonstra a angústia da verdadeira liberdade de escolha quando Hamlet é flagrado em um momento crítico: matar o tio ou deixar de vingar a morte de seu pai?
O pensador da Dinamarca enfatiza que quando tomamos decisões temos liberdade absoluta de escolha. Percebemos que podemos escolher entre fazer algo ou fazer nada. Nossas mentes cambaleiam ante o pensamento da liberdade absoluta, um sentimento de apreensão ou angústia acompanha esse pensamento. E para Soren, a angústia é a vertigem da liberdade.
Lembrando que isso é assim para Soren Kierkegaard. E para você, existe liberdade de escolha?
* Empresário, Especialista em Filosofia Clínica, Diretor Presidente da Anjo
www.betocolombo.com.br
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