* Por Vania Burigo
Realizei recentemente um sonho antigo, desde minha juventude, de conhecer o Peru, mais especificamente Macchu Pichu.
A magia da cidade de pedra construída pelos incas, no meio das montanhas da Amazônia peruana, esteve sempre na minha imaginação desde que ouvi falar dela nos anos 70. Foi um mergulho no tempo e na história dos povos andinos.
Conhecer a história e a complexidade da vida peruana pré-colonização nos dá a dimensão do que foi a “invasão espanhola ”. A cultura inca foi destruída para mostrar o poder espanhol e dominar a população. Felizmente existe uma consciência coletiva da importância da cultura andina e dos danos sofridos e a população se orgulha de seu passado, de sua origem indígena e seus valores.
Conhecer o povo peruano, especialmente em Cusco, é conhecer pessoas simpáticas, calorosas, apesar de tímidas e discretas. Nas ruas não se vêm caras sérias, há um sorriso carinhoso em cada rosto, não se ouvem gritos ou falas ríspidas, falam em voz baixa, bem humorados e tranquilos.
Mas além da beleza da natureza e dos sítios arqueológicos e da simpatia do povo, eu fiquei fascinada pelo design e pelas cores da cultura inca. Fui ao Museu do Ouro em Lima e vi peças utilitárias e decorativas feitas em ouro, prata e pedras semi preciosas, cada uma com seu significado.
O que mais me impressionou foi a minha ignorância em pensar que tantas coisas que conheço de hoje tenham sido criação daquele povo. Pois lá estão jóias com desenhos que eu pensava serem atuais, objetos decorativos, como conchas revestidas de prata que já especifiquei em projetos meus e pensava que eram de agora e até pinças para depilação, imaginem! Até estampas de tapetes em estilo “Missioni” estão lá. E vi pinturas de artistas atuais em San Blas, Cusco, que também são copiadas no Brasil.
Muitos designers e artistas vão, certamente, ao Peru em busca de inspiração… As cores são sempre intensas apesar de serem obtidas por tingimentos naturais a partir de folhas, flores e até de insetos! Fiquei apaixonada por um tapete com desenho de colibris, símbolo do matrimônio para os incas, super colorido. Está na minha sala agora e parece o sol no chão, tão vibrantes são os tons de amarelo e vermelho.
As roupas das cholas são em preto e vermelho com bordados coloridos. No final da viagem, já estava impregnada por estas cores fortes. Comprei uma manta vermelha e azul escuro, o tal tapete colorido, almofada e xale de todas as cores, peças de cerâmica e panos todos coloridos.
A vida tem outra vibração, agora!
* Arquiteta
Acumula mais de 20 anos de experiência em gestão de empresas e é autor do best seller “Gestão Profissional na Prática”. Neste livro, são compartilhados ensinamentos, visões e conselhos que são frutos de sua experiência acadêmica e profissional.
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