* Por Vania Burigo
Já escrevi sobre cuidar da rua como se fosse minha… Sobre como agir individualmente ou coletivamente para melhorar as calçadas, a arborização, talvez bancos e lixeiras e até a iluminação. Estava pensando nos moradores de cada rua, aqueles que estão ali no seu dia a dia.
Mas há um olhar também importante que é para as nossas ruas, para o conjunto de todas elas na cidade. E da população que vai transitar a pé, de ônibus ou de carro. Nem preciso dizer que a falta de mobilidade está virando o problema da década, a circulação é cada vez mais difícil e perigosa. Deslocar-se em uma cidade implica em paciência e muito cuidado.
De outros países vem exemplos bem inspiradores. Na Europa há muito mais pessoas usando bicicletas (disponíveis na rua para alugar), numa forma limpa e saudável de se deslocar. Transportes urbanos coletivos são bem equacionados em Curitiba e existem outras alternativas surpreendentes como a de Bogotá.
Lá a solução foi conceitual: um ônibus que leva 73 pessoas deve ocupar o mesmo espaço que 73 carros com uma pessoa em cada. Aplicando o conceito para pedestres e ciclistas, as ruas se tornaram mais seguras, com melhor fluxo e muito mais agradáveis.
O mesmo foi pensado para as estradas, onde os ônibus têm pistas duplas exclusivas, diminuindo em muito seu tempo de viagem, o que faz ser bem atrativo usar este meio de transporte pelo custo e agilidade.
Não é bom começar a pensar em nossas ruas? Afinal, uma rua só pode ser considerada segura se as crianças também puderem andar por elas sem risco.
* Arquiteta
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