Querido leitor, que você esteja bem e sua alma em paz! Então, hoje nosso tema vai ser justamente “alma”.
A motivação em escrever sobre esse tema foi de uma visita a um templo muito bonito da Fé Bahá’í, localizado na cidade de Haifa, em Israel, fruto da minha viagem de estudos àquele país. E é justamente na Fé Bahá’í que me baseio nesse artigo, pois se trata de uma religião monoteísta fundada na Pérsia do século XIX que enfatiza a unidade espiritual da humanidade. Trata-se de uma religião independente que possui as suas próprias leis, escrituras sagradas, administração e calendário. Interessante é que ela não possui dogmas, clero, nem sacerdócio.
Estima-se que existam cinco a seis milhões de Bahá’ís espalhados por mais de 200 países e territórios. O que me chamou a atenção nessa religião, além do enfoque da alma, é que ela atribui grande importância ao conceito de unidade das religiões. A palavra deriva do termo árabe “Bahá”, que significa glória ou esplendor.
Para os Bahá’ís, a história religiosa da humanidade é vista como um processo de desenvolvimento gradual, em que surgem diversos Mensageiros Divinos com ensinamentos adequados às necessidades de cada momento e à maturidade de cada povo. Esses mensageiros incluem Krishna, Abraão, Buda, Jesus, Maomé e, mais recentemente, O Báb e Bahá’u’lláh. Segundo os ensinamentos dessa religião, a humanidade encontra-se num processo de evolução coletiva a caminho de uma civilização mundial, e as suas necessidades atuais centram-se, essencialmente, no estabelecimento gradual da paz, justiça e unidade a uma escala global. Bonito, não é mesmo?
Mas, voltemos ao nosso tema, retornemos à alma. Para refletir sobre tema tão importante, a grande maioria das religiões usam metáforas, que é uma ponte poética para alcançar o entendimento de forma simples e eficaz. A Fé Bahá’í tem uma simplesmente maravilhosa que compara o corpo físico a uma gaiola e o espírito a uma ave que habita nela.
“Imaginar que o espírito pereça ao morrer o corpo, é como imaginar que o pássaro morra ao quebrar-se a gaiola”, diz o ensinamento Fé Bahá’í. Que continua: “Nosso corpo é apenas a gaiola, enquanto que nosso espírito é o pássaro. Nada tem o pássaro que temer com a destruição da gaiola”. Enfim, para os Bahá’ís, a alma é livre das limitações impostas pela matéria.
E sendo assim, talvez para alguns, as aves são símbolos que sempre nos recordam que um dia chegará a sua hora de voar, a minha hora de seguir a jornada, deixando esse plano denso e tridimensional, para ir para outro plano mais sutil.
Caso essa metáfora dos Bahá’ís esteja em harmonia com o que É, poder-se-ia dizer que o corpo, frágil argila, sofre os efeitos do tempo; já a alma, puro sopro, é eterna. Em resumo, a existência acaba, ao que muitos falam de morte, mas a vida, essa é infinita.
Se realmente for assim, se não em totalidade, mas parcialmente, que aproveitemos, então, nossos breves e incertos dias para alimentar nossa alma com coisas da alma, assim como nos preocupamos tanto em alimentar o corpo com coisas do corpo.
É assim como o mundo me parece hoje. E você, qual sua reflexão sobre alma?
* Empresário, Especialista em Filosofia Clínica, Presidente do Conselho da Anjo Tintas.
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