Assim como eu, você, certamente, já ouviu críticas de muitos lugares contra os órgãos públicos e não governamentais que “atrapalham” o andamento de muitas obras. São empresas, rodovias, portos, enfim, uma série de construções nos quatro cantos desse Brasil que são protegidas e defendidas contra a instalação irresponsável.
Os órgãos como Ibama, além dos estaduais e, quiçá, locais, quando éticos e responsáveis, procuram trazer a consciência de vida à sociedade, coisa que alguns ditos empreendedores só pensam no “Money”, e se escondem atrás do progresso. Neste contexto, muitas formas de vida são defendidas: são golfinhos, baleias francas, sítios arqueológicos, sambaquis, pássaros, animais e até insetos.
Vale lembrar que estes animais, indefesos, não podem se manifestar e nem dar uma posição, pelo menos no mesmo estado de consciência que o humanos (consciência humana?). Por isso, existem esses órgãos guardiães do meio ambiente; se não fossem eles, quem poderia defende-los?
Recentemente a USP divulgou uma pesquisa que alguns insetos podem prever as mudanças climáticas e até catástrofes. Eles são como avisos, termômetros naturais que podem contribuir com a humanidade. Mas, em troca disso, o que alguns seres humanos querem? Atropelá-los em detrimento das metas, do crescimento, do lucro.
Por isso, que quando as instituições se levantam contra um determinado tipo de obra, justificando um cuidado ecológico, preocupação com a vida, e alguns desavisados entram na crítica fácil, no discurso eleitoreiro e conveniente, me junto em solidariedade aos “loucos” que defendem a formiga, o golfinho, o índio. Se não formos nós, quem? Se não for agora, quando?
Pra mim, por ora, existem poucas verdades absolutas. Gosto de usar leis naturais. Mas uma delas é a de que tudo sai da gente e, de uma forma ou de outra, mais cedo ou mais tarde, volta pra gente. Se não cuidarmos dos insetos, se não protegermos como forma de vida importante e útil, embora, absortos como humanidade não possamos perceber isso, mais ali na frente, quando necessitarmos saber exatamente como estará o tempo, não restará a quem socorrer. Principalmente se o caos de energia se instalar e tivermos que nos socorrer na natureza.
* Escritor e Psicólogo – www.oikos.org.br
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