Querido leitor, hoje quero refletir com você sobre música clássica. Sábado à noite fiz algo que me prometia há tempo: me sentei numa gostosa poltrona de casa, sintonizei a rádio Som Maior, abri um bom tinto da Borgonha e emprestei meus ouvidos à música clássica. Exatamente naquele momento estava tocando a Nona Sinfonia de Beethoven. Não me contive. Em pouco tempo estava embebecido, envolta a tanta emoção. Depois de curtir o programa, me veio uma curiosidade e comecei a pesquisar sobre a história dessa sinfonia e de seu autor.
Beethoven estava velho, doente, solitário e surdo quando musicou o Ode à Alegria de Schiller, nona e última sinfonia. “Surdo!”, exclamei para minha companheira que me ouvia. Poderá haver desgraça maior para um músico que ficar surdo?
Provavelmente, nesse momento Beethoven sabia que seria sua última sinfonia. E, então, inova e faz o coro cantar para terminar o último movimento, ato inédito até aquele momento para a música clássica. Logo fiz uma ligação com o filme “O Segredo de Beethoven” quando o músico diz à jovem que copiava suas partituras, que só aprendeu a escutar depois que ficou surdo. “Após isso”, comentou ele, “a música me vem pura, no silêncio da alma”. Que coisa não?
A “Canção à Alegria”, para mim, a obra-prima de Beethoven, apresenta um paradoxo de ser entendida como um hino da emancipação do mundo europeu dos tempos feudais, liberto da tirania e das cargas da servidão. A letra da música nos diz: a alegria não se perdeu, ao contrário, a alegria e a felicidade estão ali ao nosso alcance, muito próximas, mas para que isso de fato aconteça precisamos abandonar nossas mediocridades políticas que nos cercam. Parece-me que esse tempo se chama hoje. Já pensou sobre isso?
O Hino da Humanidade, como é conhecido “Canção à Alegria”, é também o hino da União Europeia, adotado e oficializado na assinatura do tratado. A música nos diz: “Que as filhas de Elísio estendam seus braços e num abraço fraterno acolha a toda humanidade, sem fome, sem violência, sem discriminação”. “Abracem-se milhões! Irmãos, além do céu estrelado mora um Pai amado. Da alegria bebeu todos os seus no seio da natureza”.
Abençoado sois Anton Schindler pela letra e eternizado serás Beethoven pela sua obra-prima, Nona Sinfonia – A Sinfonia da Utopia. Um só povo, uma só nação, uma só raça, a raça humana.
Pode não ser hoje, pode não ser amanhã, pode ser utopia, mas pode ser sim. Eu quero acreditar que isso é possível. E você acredita que somos da mesma raça, da raça humana? Lembrando que isso é assim para mim hoje.
* Empresário, Especialista em Filosofia Clínica, Presidente do Conselho Consultivo da Anjo – Blog Beto Colombo
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Show.
Legal.
Amo música.